Combustível misturado com álcool, comum no Brasil e que na Holanda pode se tornar em breve uma realidade. Segundo divulgado esta semana, o governo de Haia está preparando uma série de medidas para estimular a prática, que pode ter caráter obrigatório.
A decisão do governo vem após forte pressão de Bruxelas já que a Holanda está muito aquém de cumprir com as normativas do Bloco. Estas determinam que este ano pelos menos 2% do combustível usado nos países membros deve ser de origem biológica, como trigo, cana de açúcar, couve e soja. Em 2010, a porcentagem deve ser de 06%. Em entrevista a Radio Nederland, Donald Pols, da organização holandesa Defesa do Meio Ambiente (Milieu Defensie) deu as boas vindas as medidas, mas ao mesmo tempo considera que elas não são suficientes e vêm tarde de mais.
Segundo ele, coordenando de campanha Clima e Energia da organização, o governo holandês jamais vai conseguir cumprir a tempo as metas determinadas pela União Européia, algo de que o próprio governo do premier Jan Peter Balkenende também estaria consciente, afirma.
Mesmo assim, é preciso tomar medidas para combater o superaquecimento do Globo. A necessidade ficou ainda mais evidente após a catástrofe ocorrida em Nova Orleans, devido ao furacão Katrina. Donald Pols opina ser estranho que um país como a Holanda com mais de um terço de seu território abaixo do nível do mar seja tão passivo no que diz respeito à política contra as mudanças climáticas.
A emissão dos gases responsáveis pelo efeito estufa no país ainda é elevada e o uso do biocombustível anda muito atrás em relação a outros países europeus. Segundo o funcionário da organização Defesa do Meio Ambiente, apenas em Estocolmo, Suécia, por exemplo, há cerca de 660 ônibus e táxis movidos a combustíveis alternativos e em outras 20 cidades suecas há 2 mil e 300 veículos funcionando com biogás. Enquanto que na Holanda, o uso não saiu dos experimento em duas cidades do país, algo que pode mudar com esta nova decisão do governo.
A obrigatoriedade do uso do combustível misturado com álcool e do biodiesel, deverá ser oficializada na abertura do ano político holandês, na terceira terça-feira do mês, conhecida como Prinjesdag. Fábricas para a obtenção do produto já estão sendo instaladas no Norte da Holanda, mas não se descarta que o país tenha que importar o produto de outros países produtores de biocombustivel assim como o Brasil.